B39. Por onde passas a brisa fica

Cuidado com o rasto da tua passagem…
Nem sempre sabemos onde,
nem em quem, deixamos marca.
Garante que, ao passar, deixas um rasto de esperança,
de luz, de presença amiga.

Há gestos que parecem pequenos,
mas tocam fundo.
Palavras que se esquecem…
mas ficam impressas na perceção,
gravadas no sentir do momento.

Fica o que é tocado pelo amor e pela verdade.
É invisível… mas visível ao coração.

Não se trata apenas de passar,
mas de deixar sementes no vestígio da presença —
sementes de afeto, de verdade, de essência.

Mesmo que por um instante breve,
há marcas que ficam impressas em nós,
e nos acompanham através da impermanência do tempo.

Passamos uns pelos outros como brisas —
mas há brisas que ficam. Boas brisas.
Tornam-se casa
para quem teve a sorte de as sentir.

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B40. Talvez a vastidão que nos habita é o que torna belo o paradoxo de nunca nos sabermos por completo, e, ao mesmo tempo, estarmos cada vez mais inteiro

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B38. A sombra que me protege