CRÓNICAS MATINAIS
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CRÓNICAS MATINAIS 〰️
B43. É o amor que sustenta a mudança
Transformar sem amor
é como remodelar uma casa destruindo as fundações. Pode parecer nova por fora —
mas falta-lhe alma, estrutura, vida.
B42. Quando tudo passa… o que escolho guardar?
Corremos de um lado para o outro.
Atrasados. Ou com pressa.
Criamos — e, nesse criar, vamos-nos fazendo.
E desfazendo.
B41. O que sentes é ponte, não prisão
Deixa que o sentimento te visite.
Como o vento - deixa-o passar por ti…
B40. Talvez a vastidão que nos habita é o que torna belo o paradoxo de nunca nos sabermos por completo, e, ao mesmo tempo, estarmos cada vez mais inteiro
Por mais que mergulhemos em nós, há sempre algo por revelar…
B37. Sentir não é competir - é coexistir
No silêncio do Pico, compreendi que sentir… é poder.
É respeitar quem sou.
B35. Morremos devagar ao normalizar
Assusta-me viver numa era
em que tudo é normal.
Normalizamos tudo,
até as feridas que ardem no peito.
B33. Nem todos os dias precisam de ser intensos
Hoje o sol nasceu a fazer-se despercebido.
Espreitou por entre as nuvens e
espalhou a beleza serena do amanhecer.
Numa presença discreta — limitou-se a ser.
B32. Quando o medo se disfarça de pressa
Nem tudo o que custa é resistência.
Às vezes, é a vida a pedir:
que fique,que sinta,
que olhe mais fundo.
B31. Uma prisão disfarçada de sabedoria
Romantizou-se a dor.
Fez-se dela um altar, um mestre, um caminho inevitável.
Diz-se que é preciso quebrar para reconstruir,
sofrer para saber, perder para valorizar.
B29. É um caminho sem fim que me leva sempre de volta a mim
A dor é apenas a ponta do iceberg — um convite silencioso do inconsciente para mergulharmos até à raiz do problema. Voltará quantas vezes forem necessárias, assumindo diferentes nomes, formas e intensidades, até que tenhamos a coragem de a encarar de frente. Não como um castigo, mas como um mestre.
B28. As melhores loucuras são as que me alimentam a alma
As melhores loucuras são as que me alimentam a alma. Dão-me sentido, nutrem-me por dentro e fazem-me sentir viva. Madrugar é uma delas – e vale cada instante.
B27. Há uma verdade que só o silêncio conhece. E talvez seja essa a história que mais importa
Há alguns anos, tenho procurado, no meu dia a dia, momentos de silêncio—instantes em que me desligo de tudo, abro os ouvidos do coração e desperto a mente para o agora.
B26. Hoje está difícil, mas não deixamos de aparecer
Há dias em que a tempestade sou eu, e nesses dias reencontro-me na chuva. Há momentos em que a tempestade me reflete com exatidão.
B25. Que este dia seja um compromisso para fazermos o que sentimos ser o certo
Houve um tempo em que não compreendia o significado deste dia. Admito que, por vezes, senti até uma certa discriminação.
B24. Eu sou o meu denominador comum a presença ininterrupta do meu próprio caminho
Desde o primeiro instante até este momento, sou a presença ininterrupta no meu próprio caminho, o denominador comum da minha existência.
B23. É pelo caminho que nos descobrimos por inteiro
Por mais bela que seja a foto. Por mais profundo que soe o texto. Por mais vibrante que ecoe a música. Nada se compara ao toque genuíno da experiência. Ao sentir sem filtros. Ao viver sem molduras.