B41. O que sentes é ponte, não prisão

Deixa que o sentimento te visite.
Como o vento - deixa-o passar por ti,
leve ou tempstuoso
Não o segures. Não o temas.

Senta-te na margem de ti mesma
e vê o que emerge.
Que voz traz essa emoção?
Que sombra ou que luz te revela?
 

És rio e és corrente,
és também a folha que flutua.
O que sentes é ponte — não prisão.
 

Deixa que te leve mais fundo,
deixa que te torne mais leve.
Nada é vão.
Tudo encontra lugar.
Tudo se transforma.

Respira.
Deixa estar.
Deixa ir.

Tudo passa.
Também isto vai passar.
O que hoje é desconforto,
amanhã é lar.

Ana Filipa Amaral

Anterior
Anterior

B42. Quando tudo passa… o que escolho guardar?

Próximo
Próximo

B40. Talvez a vastidão que nos habita é o que torna belo o paradoxo de nunca nos sabermos por completo, e, ao mesmo tempo, estarmos cada vez mais inteiro